quarta-feira, 17 de junho de 2009


A diferença que a roda, considerado como sendo o maior invento fundamental da história, trouxe para o destino humano é incalculável. Um pouco de matemática ajudará a explicar tal façanha. Um homem adulto e treinado percorre num dia de caminhada, cerca de 30 quilómetros, e a carga máxima que consegue carregar é cerca de 40 quilos, além do seu próprio peso. Com a domesticação de animais, por volta de 5.000 A.C. a capacidade de carga no lombo de animais aumentou para 100 quilos. A tracção animal aumentou ainda mais a capacidade de carga para 1.200 quilos puxados por uma carreira de bois. Acredita-se que os egípcios usaram de artifícios como grandes rolantes de madeira para transportar por quilómetros, os enormes blocos de granito e de pedra para a construção das pirâmides, inventando também o que se chama hoje de rota de transportes, ou simplesmente estradas.
Na verdade, a invenção da roda é motivo de discussão entre os grandes historiadores de todos os tempos. Alguns sustentam que essa peça de tamanha simplicidade, foi a maior criação do homem estudando o movimento do astro Sol, como se ele rodasse ao redor da Terra. Por terem sido fabricadas em madeira, as primeiras rodas já foram certamente destruídas pela acção do tempo.
Sem a roda, o homem não iria muito longe. As quatro principais fontes de energia que o homem utiliza para sua existência são fundamentadas na roda: a água, a energia eléctrica, o animal e o vento. O simples carrinho de mão inventado pelos chineses, cerca de 200 A.C., conduz sete vezes mais carga e passageiros do que o ombro humano. A bicicleta criada na França, em 1645 permitia velocidades até três vezes maiores do que a de um homem caminhando pausadamente.
A roda: a primeira grande invenção da humanidade.
Além de revolucionar os meios de transportes, a roda possibilitou outro grande salto para a tecnologia – o movimento controlado por rotação. Na Mesopotâmia, há milhares de anos, os primeiros discos de madeira usados pelo homem para trabalhar o barro, talvez tenha sido uma das primeiras criações empregando a roda no sentido explícito da palavra. No século XIV, apareceram simultaneamente em diferentes regiões da Europa, como França e Inglaterra, as primeiras rodas de tecelagem enxertadas com finas agulhas para desfiar o algodão. Desde então, novos engenhos baseados no mesmo princípio não pararam de surgir, porém, cada vez mais complexos. Aproveitando a descoberta de que uma roda de maior diâmetro leva mais tempo para dar uma volta completa do que uma roda pequena, o homem também descobriu a teoria da velocidade centrípeta. Inventaram-se os relógios com rodas dentadas que até hoje encantam as mais belas catedrais do mundo todo; as máquinas a vapor; a locomotiva e o automóvel.
Actualmente, as rodas de bicicleta já são feitas de alumínio, kevlar ou fibra de carbono. É o homem reinventando a invenção. Após a descoberta da roda pelos sumérios, a notícia se espalhou. Gregos, Romanos e Egípcios há mais de 2.000 A.C. criaram então novos modelos, com raios ao invés de uma placa de tábuas, para conduzir suas bigas de guerra e revestidas com pedaços de metal fundido para resistirem aos fortes impactos provocados pelas colisões. Enfim, sempre foram modificando a ideia original conforme suas necessidades e abrindo largos espaços para o uso da roda no seu quotidiano. Os celtas, por exemplo, modificaram os carros romanos e inventaram o sistema de eixo dianteiro giratório, capaz de dar maior direcção em curvas menos angulosas. O Renascimento, movimento de revolução nas artes, ciências, medicina e literatura que ocorreu por toda a Europa no século XV, fez surgir os famosos cabriolés, diligências de tracção animal com cabine fechada para conduzir a aristocracia europeia e protegê-la do mau tempo ou da poeira das rudimentares estradas de terra.
Por volta de 1850, começava o declínio da tracção animal e iniciava-se a era da tracção a vapor, reescrevendo o papel da roda. Não demorou muito, inventou-se então as rodas fabricadas totalmente de ferro forjado no final do século XIX. Barcos a vapor e locomotivas
Hugo Cruz , Wilder Aguiar

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